Explicando a geografia e a atual situação do Iêmen 🇾🇪




O Iêmen é um país pobre localizado na ponta sudoeste da Península Arábica. Faz divisa a norte pela Arábia Saudita, a leste por Omã, a sul pelo mar da Arábia e pelo golfo de Adem, do outro lado do qual se estende a costa da Somália e a oeste pelo estreito de Babelmândebe, que o separa de Djibuti, e pelo mar Vermelho, que providencia uma ligação à Eritreia além de um localização geográfica extremamente estratégica. Além do território continental, o Iêmen também possui algumas ilhas situadas ao largo do Corno de África, das quais a maior é Socotorá.


A capital e cidade mais populosa do país é a cidade de Saná que possui mais de 2 milhões e meio de habitantes.


O país abrigou os Sabeus e o Reino de Sabá, tendo sido um estado de negociação que prosperou por mais de mil anos e, provavelmente, também estendeu-se à Etiópia e a Eritreia. No ano de 275, a região caiu sob o domínio judeu, originando o Reino Himiarita. O século IV, marca a chega do cristianismo , enquanto o judaísmo e o paganismo já estavam estabelecidos. O Islão chegou e espalhou-se rapidamente pelo Iêmen no século VII e posteriormente as tropas iemenitas foram de suma importância para a expansão das conquistas islâmicas iniciais. 


A administração do Iémen tem sido notoriamente difícil devido às constantes disputas pelo controle do país. Várias dinastias surgiram a partir do século XVI, sendo a raçulida a mais sólida e próspera. 


O Iêmen dividiu-se entre os impérios Otomano e Britânico, no início do século XX.  O Reino Mutawakkilite do Iémen foi estabelecido após a Primeira Guerra Mundial, sendo que o Iémen do Norte tornou-se na República Árabe do Iémen, em 1962, enquanto o Iémen do Sul continuou a ser um protetorado britânico até 1967. Os dois Estados uniram-se para formar a moderna República do Iémen em 1990.


Sob o governo do presidente Ali Abdullah Saleh, o Iémen foi descrito como uma cleptocracia (um estado corrupto). De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção, divulgado pela Transparência Internacional, o Iémen está classificado na 164ª posição entre 182 países pesquisados .


Até 2011, o país estava sendo governado por Ali Abdullah Saleh, no poder havia 33 anos. Durante os fortes protestos do período que ficou conhecido como a Primavera Árabe, Saleh foi forçado a renunciar e deixar no poder o seu vice-presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi. A transição de poder, no entanto, fracassou, e Hadi precisou se exilar para fugir dos ataques de grupos armados hutis, que seguem o a vertente xiita do islã e buscam o domínio do país. 


Para restabelecer o poder de Hadi, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, país de maioria sunita ( e vizinho do Iêmen), entrou em combate contra os Hutis — grupo supostamente financiado pelo Irã (país de maioria xiita) causando uma guerra civil que já deixou cerca de 10 mil mortos e milhões de desabrigados e desassistidos. Apesar da duração dos conflitos e das perdas humanas e sociais, a guerra civil iemenita tem recebido pouca atenção na última década, principalmente no Ocidente, fato pelo qual tem sido chamada de "a guerra esquecida".


 - GEOGRAFIA 


Com 527 970 km², o Iémen é o 49.° maior território do mundo, com uma área comparável à da França ou à do Estado brasileiro da Bahia e quase 6 vezes maior que Portugal. 


Localiza-se na Ásia Ocidental, ao longo da metade meridional da Península Arábica, cercado pelo mar da Arábia, pelo Golfo de Adem e pelo mar Vermelho. Encontra-se a sul de Arábia Saudita e oeste de Omã, entre as latitudes 12° e 19° N e longitudes 42° e 55° E. 


O país pode ser dividido geograficamente em quatro regiões principais: as planícies costeiras do oeste, o planalto ocidental, os planaltos orientais, e o Rub' al-Khali no leste.


O Tiama ("terra quente" ou "terras quentes") forma uma planície costeira muito árida e plana ao longo de toda costa do mar Vermelho do Iémen. Apesar da aridez, a presença de muitas lagoas torna esta região muito pantanosa e um terreno fértil adequado para mosquitos que transmitem a malária. Há extensas dunas de areia em forma de meia-lua. A evaporação no Tiama é tão grande que os fluxos das terras altas nunca chegam ao mar, mas eles contribuem para extensas reservas de águas subterrâneas, que são intensamente exploradas para uso agrícola. Perto da aldeia de Madar, ao norte de Saná, foram encontradas pegadas de dinossauros, indicando que a área teve lama. 


O Tiama termina abruptamente na escarpa das montanhas ocidentais. Esta área, agora fortemente baseada em terraceamento para atender a demanda por alimentos, recebe a maior precipitação da península Arábica, aumentando rapidamente de 100 mm por ano para cerca de 760 mm em Taiz e aproximadamente 1 000 mm em Ibb. As temperaturas são quentes no dia, mas caem drasticamente durante a noite. Há rios perenes nas terras altas, mas estes nunca chegam ao mar por causa da alta taxa de evaporação no Tiama.


As terras altas centrais são um extenso planalto sobre uma elevação de 2 000 m. Esta área é mais seca do que as montanhas ocidentais, mas ainda recebe chuva suficiente em anos chuvosos para extenso cultivo. O armazenamento de água permite a irrigação e o cultivo de trigo e cevada. Saná está nesta região. O ponto mais alto no Iémen é Jabal um Nabi Shu'ayb, com 3 666 m.


A parcela do deserto Rub' al-Khali no leste é muito menor, geralmente abaixo de 1 000 m, e recebe quase nenhuma chuva, sendo preenchida apenas por pastores beduínos de camelos. A crescente escassez de água é uma fonte de crescente preocupação internacional.

Dentre as mais importantes ilhas do Iémen, destacam-se Hanish, Kamaran e Perim (ambas no mar Vermelho) e Socotorá (no mar da Arábia). Muitas são de origem vulcânica, por exemplo Jabal al-Tair, que teve registrada uma erupção vulcânica em 2007 e, antes disso, em 1883.


  • DEMOGRAFIA


Religião: islã (oficial)

Muçulmanos, 99,9%; outros, 0,1%.


Idiomas: árabe (oficial).


Composição étnica: A maior parte dos iemenitas são árabes; porém há uma minoria persa que vive no litoral norte.


  • ECONOMIA 

País mais pobre do oriente médio, o Iêmen tem a sua economia voltada a atividades rurais e agrícolas além da exportação de petróleo. O Iêmen é favorecido por ser o único da região da península árabe com chuvas regulares. 


Das rendas originadas pelas exportações, 95% são devidas ao petróleo, o que expõe a fragilidade econômica dessa pátria. 


Em 2013 o Iêmen contava com mais de 1,3 milhão de menores de 14 anos trabalhando e possui a maior parte a sua população vivendo abaixo da linha da miséria, situação agravada pela guerra civil que está em curso.

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