Os 23 anos dos atentados de 11 de setembro

 



Hoje é o 23° aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, também conhecidos como 11/09.

Esses atentados terroristas foram uma série de ataques coordenados pela Al-Qaeda contra os Estados Unidos. Quatro aviões comerciais foram sequestrados por 19 terroristas: dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York; um contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA; e o quarto caiu em um campo na Pensilvânia após passageiros tentarem retomar o controle da aeronave. 

Quase 3.000 pessoas morreram nos ataques, com milhares de outras feridas além de amplos vestígios de destruição.


 Motivações dos Atentados

A Al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden, justificou os ataques como uma resposta à presença militar dos EUA no Oriente Médio, especialmente na Arábia Saudita, bem como ao apoio dos EUA a Israel e às sanções contra o Iraque. Bin Laden e seus seguidores viam as ações dos EUA como uma ocupação e opressão dos povos muçulmanos e acreditavam que a violência era necessária para repelir a influência ocidental na região e promover a jihad contra o que viam como inimigos do Islã.


Efeitos na geopolítica mundial

Os atentados de 11 de setembro impactaram profunda e intensamente na geopolítica global, moldando políticas internas e externas de vários países. Alguns dos principais efeitos incluem:


Guerra ao Terror: Imediatamente após os ataques, o presidente dos EUA, George W. Bush, declarou uma "guerra ao terror", que incluiu a invasão do Afeganistão (2001) para derrubar o regime talibã que abrigava a Al-Qaeda. Isso marcou o início de um longo conflito que se estendeu por quase duas décadas. Posteriormente, em 2003, os EUA invadiram o Iraque sob o pretexto de eliminar armas de destruição em massa, embora tais armas nunca tenham sido encontradas.


Mudanças nas Políticas de Segurança e Vigilância: Os EUA e muitos outros países implementaram novas leis e práticas de segurança que aumentaram a vigilância sobre suas populações. Nos EUA, o Ato Patriótico permitiu o monitoramento de comunicações pessoais, levantando preocupações sobre privacidade e direitos civis. A criação do Departamento de Segurança Interna (DHS) também foi uma resposta direta aos ataques.


Relações Internacionais e Alianças: A guerra ao terror redefiniu alianças e parcerias internacionais. A OTAN invocou pela primeira vez o Artigo 5 do seu tratado de defesa coletiva para apoiar os EUA. No entanto, as ações unilaterais dos EUA, especialmente a invasão do Iraque, causaram tensões com alguns aliados, incluindo França e Alemanha.


O aumento das tensões culturais e das incertezas contra povos islâmicos: Os ataques resultaram em um aumento significativo na desconfiança e discriminação contra muçulmanos em muitos países ocidentais, criando divisões culturais e sociais que ainda persistem. Houve um aumento nos crimes de ódio contra muçulmanos e árabes, e muitos países introduziram políticas de imigração e segurança mais rígidas.


Evolução de Grupos Extremistas e Conflitos Regionais: A intervenção dos EUA no Oriente Médio e em outras partes do mundo muçulmano gerou reações adversas e a proliferação de novos grupos extremistas, como o ISIS, que surgiram do vácuo de poder no Iraque e na Síria. A instabilidade na região aumentou, levando a conflitos prolongados, crises de refugiados e mudanças nas dinâmicas de poder regional.


Mudanças nas Relações EUA-China e EUA-Rússia: A guerra ao terror e o foco dos EUA no Oriente Médio permitiram que outras potências globais, como China e Rússia, aumentassem sua influência em outras regiões, inclusive na Ásia e na Europa Oriental. A crescente rivalidade EUA-China tem se tornado uma das questões geopolíticas mais importantes do século XXI, com a competição se expandindo para o comércio, tecnologia e poder militar.


Efeitos Duradouros

Os efeitos dos ataques de 11 de setembro ainda são sentidos hoje. A retirada dos EUA do Afeganistão em 2021, após quase 20 anos de ocupação, marcou o fim de uma era de guerra, mas também deixou o país em um estado de incerteza sob o controle renovado do Talibã. A "guerra ao terror" moldou a política externa dos EUA por décadas, e suas consequências em termos de vidas perdidas, recursos gastos e impacto global continuam a ser debatidas.


Os atentados também mudaram a forma como os países abordam a segurança interna, as relações internacionais e as questões de direitos humanos, criando um legado complexo que ainda influencia a política global nos dias de hoje.

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